quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Devo dedicar um pedacinho da minha memória neste blog. Nada melhor que deixar aqui gravado um pedacinho do meu dia. Da minha vida diária. Do meu trabalho.


Trabalho com Educação de Jovens e Adultos (EJA) há algum tempo, tenho toda uma parte administrativa, com relatórios chatos e eternos, acumuladores de erros numéricos que acabam com a minha paciência e com o tempo também. Mas todo martírio tem seu aconchego. E isso a Arlete faz bem. Ajuda-me sempre. Quem diria em Bitu? Você hoje uma amiga.

Tem messes que passo sem editar vídeo algum, porém têm outros que faço 10 ou 12 vídeos depois de uma só ligação:

- Quero um vídeo para reunião pedagógica, administrativa, pra tele aulas de física; para apresentação de proposta; para o evento de arte e etc.

Eu nunca tive rotina, quando menos espero, estou em outra função. Porém, o que causa estranheza dos meus amigos de trabalho é gostar de atender os alunos em época de inscrição. Atendo mais de 60 pessoas por dia, circulam no prédio 180 pessoas para matriculas. Eu simplesmente passo o dia vendo e escutando “historias que o povo conta”. Mas na verdade, acho que atendo como eu gostaria de ser atendida. Divirto-me a beça com os candidatos, passo a maior parte do tempo falando explicando como funciona o curso. Porem quando chaga hora de escutar: “senta que lá vem historia”.

Hoje mesmo Já atendi um cineasta famosíssimo que fez 15 filmes “populares” nos EUA, sem si quer ter concluído o ensino fundamental. O melhor de tudo é que Ele não lembrava o nome dos filmes “populares”. Tive a graça de matricular uma cantora que ao saber que eu gostava da M. Monte. Ao termino da matricula, canto no meio da secretaria ‘beija eu, beija eu, beija eu me beija’, e eu sem saber o que fazer. Fora os atores da Globo que sonham em terminar a segunda área do fundamental. E também tem uma aluna que é riquíssima que viaja por diversos países como: Brasil e Osasco. Kkk

Na verdade, eles são pescadores de sonhos. Conheço a vida deles, os sofrimentos as dificuldades, o sonho de uma vida melhor, de tentar concluir um direito que foi tirado.

Antes eu não sabia o que era dificuldade e pra falar a verdade. Não sei.

Dificuldade é ver o Valdir (um dos alunos com distrofia muscular) tentar pegar na caneta pra assinar a ficha cadastral e depois de muita luta, assinar na frente da maior nota da sala: 10.

Eu com 19 anos, convivo com a felicidade de uma aprovação, e com o tormento, que por muitas vezes vem em lagrimas depois de uma reprova. È a vidas em lajedos. As vezes atendo alunos em situação realmente complicada, que as vezes trava-me o peito e a realidade de uma hora pra outra tomba perante os olhos. È nesse momento que acabo aprendendo. Com as experiências dos outros e com a simplicidade de cada aluno dessa fundação.

Não sei nem como mensurar o quanto admiro a equipe que trabalho, pela força e dedicação de todos os santos dias.

Quero agradecer, mesmo sabendo que esse blog é para um registro particular. Gostaria de deixar gravada aqui, a felicidade que tenho. E que sinto. Falar também, que adorei os presentes, as cartinhas e que me emocionei com todas. Dizer que gosto sim de flores, e que cuido muito bem da minha coleção de flores, da mais simples pétalas até as gardênia, tulipa e as minhas 5 orquídeas.

Grata,
 
 
Cindy Cardoso

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