segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Não te Amo



Não te amo, quero-te: o amor vem da alma

E eu na alma – tenho a calma

A calma – do jazigo.

Ah! não te amo, não.




Não te amo, quero-te: o amor é vida.

E a vida – nem sentida

A trago eu já comigo.

Ah, não te amo, não! ;


Ah! não te amo, não; e só te quero

De um querer bruto e fero

Que o sangue me devora,

Não chega ao coração.

(...)

E infame sou, porque te quero; e tanto

Que de mim tenho espanto,

De ti medo e terror...

Mas amar!... não te amo, não.



Almeida Garrett


http://www.sotextos.com/pequeno_tratado.htm

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